terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Deve ser por isto

(foto roubada d'as aranhas)

ao ser de novo questionado sobre esta decisão de não querer publicar mais, acaba por explicar o seu caso comparando-se com Ronnie Peterson, o piloto sueco de Fórmula 1, quando disse ao comendador Ferrari: "Você é mau homem de negócios, comprou-me um bilhete de ida e volta"


António Lobo Antunes, in DN 16/02/2009

Ronnie Peterson (esparramado em 2º plano, garbosamente apoiado no cotovelo) morreu depois de um acidente na primeira volta do Grande Prémio de Itália, em Monza, a 11 de Setembro de 1978. Antes que alguém se assuste com a data, lembrem-se que é um dia tão mau para morrer como qualquer outro dos 364 disponíveis (mais o ocasional 29 de Fevereiro). Porém, para correr em Monza, il commendatore, caso tivesse Peterson na sua equipa, não tinha que lhe comprar bilhete... Isto se o superswede tivesse corrido para a Ferrari, coisa que nunca aconteceu.

Não que isso importe por aí além. Mais a mais, dos constantes da foto já não sobram muitos, e não por causa da tosse, a saber: Carlos Pace (com a Ordem e Progresso no fato) morreu num acidente de avião em 1977; Denny Hulme (sentado à esquerda) morreu de ataque cardícaco a 270 km/h, num BMW M3, nas Bathurst 1000 de 1992; o seu colega de equipa, Peter Revson (imediatamente atrás na foto, de pé e também com as riscas da Gulf) morreu no mesmo asfalto - Kyalami, África do Sul - desta foto, em 1974; François Cevért (atrás das patilhas de Stewart e Fittipaldi, lá ao fundo de óculos de sol) morreu nesse ano, na corrida de Watkins Glen, nos EUA; Clay Regazzoni (2º de pé a contar da direita), que ficou paraplégico num acidente em competição, veio a morrer num acidente de viação em Dezembro de 2006.