quinta-feira, 30 de abril de 2009

da Terra

«"um homem que fez o que ninguém tinha feito e que mais ninguém fez", graças a "um físico nascido da Terra"»
Alves Barbosa, Público online

E mais ninguém fará, digo eu. É da terra que nasce o esforço que a submete. Submeter este mundo, concordar com as descidas e combater as subidas, ignorar a tentação de parar, desmontar, não! Sempre mais e mais, até não haver mais: vingar a mortalidade provando que se chega a todo o lado só com o que a Terra nos dá.

Há 25 anos, morria Joaquim Agostinho.

domingo, 12 de abril de 2009

Certinho, certinho

Os que agora pedem a cabeça de Quique Sanchez Flores são os mesmos que rejubilaram com a miserável vitória na final da Taça da Liga.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Joyeux anniversaire, Monsieur Brel

À mon dernier repas
Je veux voir mes frères
Et mes chiens et mes chats
Et le bord de la mer
À mon dernier repas
Je veux voir mes voisins
Et puis quelques chinois
En guise des cousins
Et je veux qu'on y boive
En plus de vin de messe
De ce vin si joli
Qu'on buvait en Arbois
Je veux qu'on y dévore
Après quelques soutanes
Une poule faisanne
Venue du PérigordPuis je veux qu'on m'emmène
En haut de ma colline
Voir les arbres dormir
En refermant leurs bras
Et puis je veux encore
Lancer des pierres au ciel
En criant Dieu est mort
Une dernière fois

A mon dernier repas
Je veux voir mon âne
Mes poules et mes oies
Mes vaches et mes femmes
A mon dernier repas
Je veux voir ces drôlesses
Dont je fus maître et roi
Ou qui furent mes maîtresses
Quand j'aurai dans la panse
De quoi noyer la terre
Je briserai mon verre
Pour faire le silence
Et chanterai à tue-tête
A la mort qui s'avance
Les paillardes romances
Qui font peur aux nonnettes
Puis je veux qu'on m'emmène
En haut de ma colline
Voir le soir qui chemine
Lentement vers la plaine
Et là debout encore
J'insulterai les bourgeois
Sans crainte et sans remords
Une dernière fois

Après mon dernier repas
Je veux que l'on s'en aille
Qu'on finisse ripaille
Ailleurs que sous mon toit
Après mon dernier repas
Je veux que l'on m'installe
Assis seul comme un roi
Accueillant ses vestales
Dans ma pipe je brûlerai
Mes souvenirs d'enfance
Mes rêves inachevés

Mes restes d'espérance
Et je ne garderai
Pour habiller mon âme
Que l'idée d'un rosier
Et qu'un prénom de femme
Puis je regarderai
Le haut de ma colline
Qui danse qui se devine
Qui finit par sombrer
Et dans l'odeur des fleurs
Qui bientôt s'éteindra
Je sais que j'aurai peur
Une dernière fois.

Le dernier repas. Jacques Brel, 1964

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Atravessar o deserto

António Damásio vai ser entrevistado por Judite de Sousa.

Gostava mesmo

Não me lembro da última vez que li uma notícia de jornal sem aspas em notícia nem em jornal; desconfio que deve ter sido em castelhano.

Haverá futuro para este pseudo-jornalismo, transpirando agenda política (a falta de situacionismo também é agenda política)? Imagino alguém, daqui a 30 ou 40 anos, a tentar fazer trabalhos de investigação...

Que não há história no jornal das facadas (o epíteto não é meu, é do meu avô) não é novidade. A questão é que o espectro se estreitou de tal maneira que a distância que há uma década tinha que se percorrer entre o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias chega hoje para ir do Expresso ao O Crime.

É divertidíssimo lembrar este último enquanto ele perde espaço. Não há muito tempo, era um jornal claramente distinto: as revelações da transsexual Lola sobre as preferências dos parlamentares da nossa república, o assassinato do tio pelo sobrinho, instigado pela sua mãe (que por acaso foi minha professora de Francês), por causa da posse do café, papelaria e dois apartamentos em frente ao liceu do Entroncamento (grande marco da minha adolescência, uma página inteira dedicada à terreola num jornal nacional, logo a seguir à coluna assinada pelo Miguel Ângelo, o arquitecto dos Delfins), toda a sorte de aberrações com animais domésticos... Era um mundo à parte.

Trabalhar n' O Crime nunca deve ter sido tão difícil.

D'abord