quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ele bem que me avisou

On a beau faire on a beau dire
Qu'un homme averti en vaut deux
On a beau faire on a beau dire
Ça fait du bien d'être amoureux

Je sais, je sais que ce prochain amour
Sera pour moi la prochaine défaite
Je sais déjà à l'entrée de la fête
La feuille morte que sera le petit jour
Je sais je sais sans savoir ton prénom
Que je serai ta prochaine capture
Je sais déjà que c'est par leur murmure
Que les étangs mettent les fleuves en prison

Mais on a beau faire mais on a beau dire
Qu'un homme averti en vaut deux
On a beau faire on a beau dire
Ça fait du bien d'être amoureux

Je sais, je sais que ce prochain amour
Ne vivra pas jusqu'au prochain été
Je sais déjà que le temps des baisers
Pour deux chemins ne durent qu'un carrefour
Je sais je sais que ce prochain bonheur
Sera pour moi la prochaine des guerres
Je sais déjà cette affreuse prière
Qu'il faut pleurer quand l'autre est le vainqueur

Mais on a beau faire mais on a beau dire
Qu'un homme averti en vaut deux
On a beau faire on a beau dire
Ça fait du bien d'être amoureux

Je sais je sais que ce prochain amour
Sera pour nous de vivre un nouveau règne
Dont nous croirons tous deux porter les chaînes
Dont nous croirons que l'autre a le velours
Je sais je sais que ma tendre faiblesse
Fera de nous des navires ennemis
Mais mon coeur sait des navires ennemis
Partant ensemble pour pêcher la tendresse

Car on a beau faire car on a beau dire
Qu'un homme averti en vaut deux
On a beau dire
Ça fait du bien d'être amoureux

Jacques Brel, Le prochain amour

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

considerações de usar pelo lar

A memória pode ser melhor que o presente. E o resto do que tinha para dizer parecia muito bem mas é tão merdoso que não merece nota. Por estas e por outras é que já estou farto de explicar a mim próprio que não devia meter-me nestas coisas de escrever para outrem. Como o crime não compensa, também ninguém lê isto a não ser eu, o que me deixa um tanto ou quanto satisfeito. E porquê, pergunta o meu eu-leitor? Porque -responde o meu eu-que-fez-a-escola-primária-e-por-isso-vai-articulando-uns-verbos - me agrada a perspectiva do velho provérbio, tão raramente verificada; melhor, ninguém tem a obrigação de dizer que gosta do que eu escrevo; melhor ainda, não dou oportunidade a ninguém de me ignorar. Assim já vou comprar tomates mais contentinho, e com menos vontade de ter um encontro imediato com o 30 que sempre aparece sem avisar, mesmo antes de começar a descer a Calçada da Picheleira. E por aí volto ao início: e se ali ficasse a minha medíocre existência, seria provavelmente muito mais útil do que sou agora. Senão vejamos: a quantidade de situações absolutamente imbecis que preencheram (preenchem, meus senhores, preenchem) a minha vida serão infinitamente mais interessantes (numa época que as indústrias culturais estão tão na moda, toda a gente sabe que uma indústria cultural não passa sem café, e o café sem conversa, claro está) do que a minha condição de parasita social, que de tão bem tolerada por mim se torna, dia após dia, num fardo cada vez mais difícil de carregar. Porque não se descarrega o que está entranhado, não se decepa porque não se vê, não se resolve porque não há cura.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

I had a dream I could buy my way to heaven


When I woke I spent that on a necklace

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Hoje

Por causa de ontem, hoje só podia existir júbilo. Amanhã tudo será diferente, ainda que as pessoas sejam as mesmas.