sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Esperança

Por que raio continuo a denunciar-me? Por que raio continuo a comportar-me como um imbecil que faz de conta que não sabe o que vem a seguir? Por que raio continuo a seguir o caminho que me é apontado? Por que raio não estranho o aperto? Por que raio me resigno aos puxões? Por que raio ignoro as feridas? Por que raio consinto a trela? Por que raio consinto a trela? Por que raio consinto a trela? Por que raio consinto a trela? Por que raio consinto a trela?

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O que vem, o que vai, o que foi, o que será

Mais um título imbecil para o já triste pecúlio deste pasquim online. Também não pedi a ninguém para ler isto, de maneiras que estou cada vez mais à-vontade para discorrer barbaridades de forma completamente insana, sem qualquer consideração por quem me rodeia.
Acontece que o bom do Jacques tinha razão - tem sempre - e ela lá foi à vidinha. Já se estava a ver. Basta aquele momento de fraqueza - devo dizer franqueza? - para tudo se desconjuntar e ganhar forma nova noutro sítio, noutros horizontes, projectando-se noutras ambições, noutros sonhos, noutros corpos.
Mas fica sempre aquela réstia teimosa, aquele reduto de esperança que insiste em não desvanecer, nem face às provas de desprezo mais hediondo, que em tudo vislumbra pistas em vez de ver abismos.
Que na desesperança mais singular insiste em desenhar, ao lado da almofada, a divina linha de maxilar, o queixo sublime, o olhar profundo, o nariz frágil, a graciosa face, o mágico veneno.



Don't go away
I haven't moved
Tell me something nice
Sure. What do you wanna hear?
Lie to me. Tell me all these years you've waited. Tell me
All these years I've waited.
Tell me you'd have died if I hadn't come back
I would have died if you hadn't come back.
Tell me you still love me like I love you
I still love you like you love me.
Thanks. Thanks a lot

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Para todos eles


Dignidade e justiça para todos nós. A mensagem é das Nações Unidas. O Kadhafi deve partir o coco a rir com estas merdas.
Se não tivesse chegado a esta mensagem enternecedora através de um partido que sugere a Laurinda Alves como cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu, até dava para me indignar.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Desculpe interromper, D. Agustina

Os comentários à obra de um grande artista não passam de vaidosas maneiras de o interromper. Tenho dito.

Agustina Bessa Luís, sobre a obra de Manoel de Oliveira, 11/11/2002
in JL #996, Dezembro de 2008

Não

Este blogue, espécie de ralo cibernético para onde faço escoar as minhas frustrações, desabafos mais pessimistas e de forte pendor egocêntrico, está com os pés para a cova. Mas isso já não é notícia; se alguém lesse isto - coisa que não acontece - facilmente chegaria a essa conclusão brilhante sem ser necessária esta explicação e passaria ao seguinte sem grandes hesitações nem remorsos. O que me tem feito reflectir sobre a sua utilidade, uma vez que estive perto de postar postas de teor mais optimista que o habitual, ultimamente. Ficava tão mal, soava tão a uns quantos escritores da vida vencidos cujo nome agora não me lembro que achei por bem manter isto limpinho de nódoas positivas, seres cuja peçonha - ainda que invisível - não se recomenda a ninguém. Toda a gente devia estar cansada de saber o que acontece a seguir; assim, não quis manchar a adorável tendência depressiva que tão galhardamente este endereço vem proporcionando a quem o, por trágicos enganos em que a vida é tão prolífica, frequenta. Ou seja, eu próprio.

Que seja por todos sabido, aqui e agora: o indivíduo que aqui escreve está ou vai estar mal com a vida.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

quanto mais tempo passa,

quanto mais sei,
quanto mais vejo,
quanto mais leio,
quanto mais espero,

mais sei a linda merda em que me estou a meter.

o porquê de não recuar?
ver o post abaixo.

às vezes

dá vontade de ser menos aquilo que se é e mais aquilo que se devia ser.

mas passa.

espaço pub

tenham cuidadinho convosco

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

You didn't think it was gonna be that easy, did you?

You know, for a second there...
Yeah, I kinda did.
O-Ren Ishii / The Bride - Tarantino, Kill Bill vol.I

(das paredes da cozinha escorre sangue. este gajo está a pedi-las)