terça-feira, 17 de junho de 2008

Quero

Quero andar na esgalha, estacionar em cima da linha do eléctrico, comprar audis como alfaias agrícolas, não deixar passar ninguém nas passadeiras, queimar vermelhos, atirar beatas pela janela, oferecer e dar porrada a quem não faz o que eu mando, lucrar balúrdios a vender gato por lebre, rato por gato, cadáver por hortaliça. Ah, eu quero! Quero que a ASAE se foda, ou que foda o cabrão que me faz concorrência, quero fumar para cima de quem me apetecer, quero andar de jipe porque os passeios dão-me cabo das costas, quero andar, andar, mais depressa, mais depressa, ganhar mais, mais dinheiro, tanta, t-a-n-t-o bago que faça morrer o vizinho do lado de fastio, e o cão também, cabrões desses cães nem pagam impostos nem nada, e eu que ando para aqui que não posso, cada vez me vão mais ao bolso, já mandei a puta da empregada fazer-lhes um acrescento para que de cada vez que me metem cá a mão ZÁS! levam logo uma mocada nos cornos que os fodo, cabrões do caralho que só me querem ver na merda! Mas na merda vão andar eles, se não me derem o que eu quero! Quero um subsídio.